Poeta noturno,
Que não tem candeeiro,
Só de branco aluado,
Que se não vê inteiro.

Cada árvore um trovão,
Que se congelou de tanto frio,
Pontiagudos de preto e luar,
Juntam-se num
E furam o chão,
Onde não chegam a quebrar.

O mundo dorme,
Os ressoares embalam.
Tudo está longe:
Uns dormem, poucos falam.

Mas aqui,
O barulho é mais despido:
A caneta rescrevinha,
E o casaco esfrega ruído.

Apaga as luzes,
Que mania que é a tua...
Se queres que seja de dia,
Então muda-te para a Lua.

Que jardim tão sublime,
Que luz tão mais crua.
Oh noite, avisa à minha mãe,
Que hoje durmo na rua!

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