Tudo.
Amar-te,
É amar tudo

Vem de mim e vem de ti,
Vem de dentro e vem de fora,
Como a tua respiração.
Respira, que o ar é o nosso amor.

Inspira.

Em tudo te vejo.
E quando te vejo,
Tudo não existe.
És uma doce harmonia.

Vem nuvem,
Que quero o teu dócil embalar.
Deita-me nas ondas,
E leva-me com o vento.
Leva-me para casa.

Onde estamos sozinhos
Entre o Sol e o chão.
Até que o chão nos caia,
Ou que o Sol nos queime.
Quero estar em casa,
E quero estar enquanto posso.

Expira.

Atrás do por do sol,
Onde o dinheiro é amor,
E o troco nem sequer é.
Põe-me numa cegonha
E leva-me para casa!
Oh casa!
Que me disseram que eras de paredes,
Mas afinal és de paixão!

Apanha-me de costas
E vira-me de caras,
Que eu quero ver-te.
Aponta-me.
Diz-me para onde olhar.
Afasta-me a rotina,
E dá-me a felicidade.
Antes que me falte o ar,
Antes que falte da visão,
Antes que o tudo me pareça o nada,
E o nada se confunda com o tudo!
Triste ilusão.
Guia-me os estes dedos.
Antes que os Deuses gritem lá de cima,
Que esta vida está vencida.
Vem cá!
Já!
Porque juntos somos tudo,
E longe somos nada!
Perde-te comigo.
Perde-te dos sonhos e vem viver!
Perde-te do Sol.
Que quem o olha de frente,
Pensa que é o céu,
E quem está de costas,
Vê a sombra e sabe que é luz.
Apanha-me de frente e vira-me de costas,
Que se a Lua tem um lado negro,
Também eu tenho um.
Vira-me a pele para o Sol,
Enterra as flores e olha as raízes,
Descobre-me o desconhecido.

Eu sou tu,
E tu és tudo.

Sem comentários:

Enviar um comentário